A Pitada do Pai

Ter filhos é um mau negócio

A menos de 2 meses da data prevista para o nascimento do Francisco e depois de uma noite apenas com 1 hora de sono (o Lourenço está com tosse e febre)… Falar sobre filhos é sempre difícil! 

Sem dúvida, que são a melhor coisa do mundo, mas que dão muito trabalho dão… Além do trabalho, das noites mal dormidas, de se apropriarem da televisão e de muitas vezes (para não dizer sempre) imporem as próprias regras da casa (entre muitas outras particularidades)… Os custos inerentes à fase pré-natal, na fase das fraldas e na fase da creche – só nisto estão 5 anos… Mais tarde serão os jantares, as viagens e os estudos!

Acima de tudo o que é preciso é que não lhes falte nada, e muito menos que lhes falte amor, carinho, compreensão e bases!

Ser pai e ser mãe… Hoje em dia é cada vez mais um acto de coragem! Mas ser filho não há-de ser seguramente a tarefa mais fácil do mundo!

 

 

Porque a Gravidez não é uma coisa Perfeita (mas anda lá perto) hoje no Cantinho da Saúde recebemos novamente as crónicas d’ A Mãe Imperfeita.

“Ontem “conversava” com duas amigas no messenger e, de forma perfeitamente casual, as duas conversas foram bater na mesma tecla: o aumento disparatado das despesas assim que o resultado de positivo aparece no teste de gravidez. E na verdade nem estamos a falar de coisas supérfluas, não são as roupinhas maricas, os berços XPTO ou os sapatinhos assim e assado. São mesmo as coisas essenciais. Vejamos, durante a gravidez, quase todas somos seguidas por um obstetra no privado, calculemos então uma média de 7/8 consultas a 80€ cada uma. No meio disto tudo pelo menos a ecografia de rastreio do primeiro trimestre, a morfológica e a ecografia do bem-estar fetal do terceiro trimestre também saem do nosso bolso. Como sou generosa façamos uma média de 100€ por ecografia (hahahaha). Ora bem, só neste número vamos em 860€ e os putos ainda nem nasceram. Adicionemos à fase pré-natal a necessidade de comprar meia-dúzia de roupinhas e um saco de maternidade. Fazendo as contas (muito) por baixo só aqui ficam mais 100€. Entretanto também é necessário investir num ovinho, num carrinho, num berço, numa banheira e, mais que não seja, numa cómoda para colocar as coisas do miúdo. Vou deixar de fora a espreguiçadeira e a cadeira da papa e arredondar isto tudo a uns bons 1500€*.

Continuando a saga, os putos depois nascem e começam a gastar fraldas como se não houvesse amanhã. Os pacotes de fraldas não são baratos, independentemente da marca, e não é como se as despesas ficassem por aqui. Quem não tem leite, seja porque motivo for, tem que comprar o adaptado que é disparatadamente caro. Depois há ainda o gel de banho, o creme de corpo, a pomada para mudar a fralda… É uma lista sem fim. Até que, assim de mansinho, chegam as vacinas extra plano. Outro pesadelo do caraças. Entre vacina contra o rotavírus e bexsero podemos contar com mais 500€. As calculadoras começam a funcionar. As mães voltam ao trabalho.

Começa a creche e, em algumas localidades, as mensalidades são valores absolutamente aberrantes. Criancinhas de berçário que levam as fraldas e o leite e ainda deixam de mensalidade 300€ (ainda bem que vivo na aldeia, juro). Enfim, é o que temos e é para isso que temos que trabalhar. Na creche começam a sujar cada vez mais roupa e as compras não param. Quando começam a andar são os primeiros sapatinhos adequados (entretanto com o gatinhar já rebentaram meia dúzia deles mas de uma gama mais pobrezinha). É altura de investir numa cadeira auto porque os putos já não cabem no ovo e os pais que escolheram ter pediatra já vão com uns bons euros em consultas. E diz quem sabe que a tendência é piorar.

Isto tudo para dizer que escolher ter outro filho é começar tudo outra vez (ainda que algumas coisas como o carrinho, o berço e assim, possam ser aproveitadas de um irmão para o outro). Para a classe média, da qual faço parte, a opção pelo segundo filho é muitas vezes um acto entre a loucura e a coragem, a prova incondicional que nestas coisas da paternidade a racionalidade conta muito pouco. Porque se fossemos dar ouvidos à matemática garanto-vos que o mundo estava dominado pelos filhos únicos. Ainda bem que, cá por casa, não somos muito dados a contas.

* Deixei de fora, deliberadamente, o valor pago para criopreservação das células estaminais. É opcional e, portanto, não entra para estas contas. Nós, cá por casa, não fizemos.”

Texto original @amaeimperfeita

INSTAGRAM a.mae.imperfeita

 

Texto na nova Rubrica Cantinho da Saúde (Todas as 3ªs e 5ªs novidades no blog)

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